Cão humanizado

 Se observarmos a história do cão, desde a domesticação do canídeo selvagem até os dias de hoje, é nítido que a relação homem-animal foi se estreitando cada vez mais. E esse relacionamento passou a ser tão forte e íntimo que surgiu uma 'nova espécie', o cão humanizado.

É muito comum encontramos cães com esse padrão de comportamento. Criado pelo dono como um bebê e não como um animal, ele passa a ter reações humanas e se torna um ser totalmente dependente de seu 'senhor'. Um caso típico é aquele cãozinho macho extremamente mimado, que na presença de uma fêmea no cio não dá a mínima atenção a ela. Pelo contrário, foge e prefere se aninhar no colo de seu dono. A reação desse cão é natural, ele simplesmente não reconhece a cadela como um ser de sua espécie, afinal, ele não se considera um cão, não foi criado como tal. 

Embora a herança genética dos animais seja o fator mais importante para determinar o seu comportamento, observamos que, no caso de animais que recebem um exagerado tratamento 'de gente' desde a fase de filhote, com pouco contato com outros de sua espécie, o ambiente passa a determinar seu modo de reagir. E esses cães sofrem com essa perda de identidade. Não se julgam cães para conviver com os de sua espécie, e não podem participar de todas as atividades da vida de seu dono, afinal, eles não são gente.

Muitas características do cão se perderam no tempo. Por exemplo, os cães sabiam caçar. Hoje, muitos deles não conseguiriam sobreviver se tivessem que depender de si próprios para conseguir seu alimento. Mas a medida em que o cão se aproxima do homem e do meio urbano, mais humanizado ele vai se tornando e perdendo seus instintos naturais.

Assim, devemos ter muito cuidado na maneira que criamos nossos cães. Se você enxerga seu amigão como um bebê indefeso, que necessita de mimos e um arsenal de assessórios, saiba que sua visão da espécie canina está equivocada. Você só fará com que seu animal se torne um ser dependente, inseguro e infeliz, coisa que os cães definitivamente não são. 

Cuidar bem, mas sem exageros.

Fonte: Vida de Cão

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